Impasses do fotojornalismo

domingo, 30 de março de 2008

Um clique. Narrativa visual espetacular. “Operador da fragmentaridade”. Seria, então, um retrato da realidade ou uma manipulação digital a arte de fotografar? Arte! Esse nome pode remeter um momento único, em que um fotógrafo imortaliza um acontecimento importante da história, como também, ao meu pensar, pode representar um aspecto manipulador. Como lutar pela valorização do fotojornalismo numa sociedade em que a tecnologia, cada vez mais, nos dar subsídios para a arte da manipulação?

Antigamente, os fotojornalistas utilizavam máquinas analógicas. Os recursos eram poucos, as fotografias eram precárias, porém, não passavam de uma simples retratação da realidade. Hoje, com o avanço desenfreado das imagens digitais e sua praticidade, pairam dúvidas sobre a credibilidade dessa profissão. É muito fácil transformar uma foto real em algo do desejo do público. Não quero, assim, desmerecer o fotojornalismo, afinal a profissão vem ganhando espaço e adquirindo maturidade.

Foi no jornal inglês, Daily Mirron, em 1904, que foi publicada a primeira fotografia. Daí em diante, o público leitor passou a ter um tratamento especial frente à notícia. Essa valorização visual promoveu uma demanda maior de fotógrafos de imprensa. Atualmente, o público não consegue imaginar como seria uma informação sem que seja acompanhada da fotografia, visto que ela representa um “casamento” que complementa a notícia. O fotógrafo passa a ser o criador de uma narrativa visual, que hoje é imprescindível ao jornalismo, ganhando autonomia e reconhecimento.

O fotojornalismo vive um impasse entre satisfazer o interesse público ou o interesse do público. Anos atrás, os fotógrafos “aspiravam a exprimir, através da imagem, os seus próprios sentimentos e idéias de sua época. Rejeitavam a montagem e valorizavam o flagrante e o efeito de realidade suscitado pelas tomadas não posadas, como marca de distinção de seu estilo fotográfico”. Atualmente, como tudo que se submete ao sistema capitalista, o fotojornalismo atua também como um mercado.

Mas continuemos a crer num poema que diz: A pessoa, o lugar, o objeto / estão expostos e escondidos / ao mesmo tempo só a luz / e dois olhos não são bastante / para captar o que se oculta / no rápido florir de um gesto / É preciso que a lente mágica / enriqueça a visão humana / e do real de cada coisa / um mais seco real extraia / para que penetremos fundo / no puro enigma das figuras / Fotografia – é o codinome / de mais aguda percepção / que a nós mesmos nos vai mostrando / e da evanescência de tudo / edifica uma permanência / cristal do tempo no papel / Das luas de rua no rio / em 68, que nos resta / mais positivo, mais queimante / do que as fotos acusadoras / tão vivas hoje como então / a lembrar como a exorcizar? / Marcas de enchente e do despejo / o cadáver inseputável / o colchão atirado ao vento / a lodosa, podre favela / o mendigo de Nova York / a moça em flor no Jóquei Clube / Guarricha e nureyev, dança / de dois destinos, mães-de-santo / na praia-templo de Ipanema / a dama estranha de Ouro Preto / a dor da América Latina / mitos não são, pois são fotos / Fotografia: arma de amor / de justiça e conhecimento / pelas sete partes do mundo / a viajar, a surpreender / a tormentosa vida do homem / e a esperança a brotar das cinzas.
(Carlos Drummond de Andrade, em Diante das fotos de Evandro Teixeira)

Por Patrícia Telles

Poeminha Concreto Muito OCO: BARROCO

sábado, 29 de março de 2008

Barroco
Bach* Rouco
Bar Oco


(*Pronuncia-se Bá - Johann Sebastian Bach - músico)


Inês Guimarães

Enriqueça sua cultura geral

quarta-feira, 26 de março de 2008


E agora algo completamente diferente:

• Nenhum habitante do Egito Antigo chamava sua terra de Egito Antigo

• Um samurai é muito diferente de um samovar

• Édipo foi o vencedor das Para-Olimpíadas de Tebas em 429 A.C.

• A gigantesca lagosta azul da Nova Zelândia nasceu em Carapicuíba, São Paulo

• Durante a Inquisição Espanhola, os fósforos custavam uma fortuna

• Ingmar Bergman e Ingrid Bergman não eram a mesma pessoa. Peter O’Toole e Vanessa Redgrave são

• Os primeiros aviões de Santos Dumont chamavam Demoiselle, Pinta e Nina

• Vincent Van Gogh não ouvia nada que Marcel Marceau falava

• Ao contrário de Oscar Niemeyer, Ramsés II só virou múmia depois de morto

Edson Aran (cronista do Blônicas)

Contabilidade da sua vida

domingo, 16 de março de 2008




Comercial da National Geographic sobre o que você faz da vida,será que é perda de tempo tudo isso que fazemos?

3 anos sentados no vaso sanitário?
12 anos na frente da TV?
E o pior, 19 dias procurando o controle remoto?

Você realmente já pensou nisso?

Se tem algo que faltou no vídeo, comente aqui.

Identidade...

terça-feira, 11 de março de 2008


"Confiante na ilusória promessa de sua vida, o americano não se preocupa com o seu presente, não vive plenamente a sua vida presente e esta se esvai sem ser propriamente vivida por ele.(...) No fim de sua vida, pensa Ortega, o homem americano se vê confrontado com a dolorosa experiência de que a vida tenha passado sem tê-la vivido, sem advertir sequer seu passo concreto. Não se trata, contudo, de simples tomada de consciência de uma sensação de fracasso, pois para assistirmos ao seu fracasso é necessário que a estejamos vivendo. Conclui Ortega que "o crioulo não vive a sua verdadeira vida, mas que ela tem passado sem que ele se dê conta, vivendo a outra, a vida prometida. Por isso, quando chega à velhice e olha para trás, não encontra a sua vida, porque não passou por ele, aquela que não viveu, e encontra somente um rastro dolorido e romântico de uma existência que não viveu. Encontra, pois, o vazio, o OCO de sua própria vida³".
Comentando a reflexão de Ortega y Gasset¹, assim analisa Raul Fornet-Betancourt²
¹ José ORTEGA Y GASSET. “La Pampa... promessas”. In: Obras Completas, citado por Raul FORNET-BETANCOURT, Problemas Atuais da filosofia na Hispano-america, São Leopoldo, Editora Unisinos, 1993.

² Raul Fornet-Betencourt. Problemas Atuais da filosofia na Hispano-america, São Leopoldo, Editora Unisinos, 1993.

³ Desdobrando as reflexões de Ortega, Betancourt afirmará em 1993 que tanto a verdade da América, como o modo de ser americano, consistem em sua própria mentira. A rigor, o ser e a verdade da América aparecem como problemas, porque não são o que aparentam ou o que pretendem ser. Seu ser é o não-ser e, sua verdade, a mentira. (...) O ser da América é o não ser de sua utopia, e sua verdade, a mentira de seu sentido inventado.

A evolução? De quem mesmo?

quarta-feira, 5 de março de 2008

Esse aí não é oco não! Tá cheio, mas de m....
Mídiaaaaaaaaaaaaaa